domingo, 3 de janeiro de 2010

Entrevista Facetumor



Por: George Ederson

SDZ: Saudações grandioso Betho Abbadon!! É um prazer estar contribuindo na divulgação da Facetumor com essa entrevista e uma honra ter mais um grande irmão representando as terras cearenses em nossas páginas. Hail!!

Betho Abbadon: O agradecimento é nosso, grande amigo George, por estar nos dando essa oportunidade de expressa nosso pensamentos. E sabendo também que estamos tratando de responder um Zine com um conteúdo de gigantesca importância pra o meio Underground.

SDZ: A Facetumor foi formada em meados de 2002, num período em que a cena underground nacional se encontrava em um dos seus melhores momentos, ou pelo menos em um momento em que a atividade no underground se encontrava intensa. Quais as recordações que você tem desse período para a horda?

B. Abbadon: Realmente foi um período em que se formaram bandas que hoje em dia não se ver muito delas na ativa, outras ainda se mantêm firmes com seus propósitos, ou seja, o tempo faz com que se fortaleça os que realmente procuram manter sua Ideologia, outros não se sustentam por questões financeiras, e como também os que são decepados pelo tempo por não terem nem uma virtude seria com o Metal underground.

SDZ: Quais as principais dificuldades enfrentadas por vocês no início, além das já tradicionais dificuldades financeiras e quais as outras experiências que vocês tiveram em ouras bandas antes de formarem a horda?

B. Abbadon: Bom! Como você mesmo citou: “as tradicionais dificuldades financeiras”... Essas estão sempre presentes nas maiorias das bandas. Quando estávamos pra dar início as atividades na Facetumor eu sempre procurei conhecer os diversos problemas que são enfrentados pelas maiorias das hordas daquele período até os dias de hoje mesmo eu procuro visualizar os pontos que estão ao meu alcance... E com certeza esses fatores não me fizeram desistir de propagar nosso mal por essa nossa terra. Posso lhe dizer que não é nada fácil manter a banda por razões financeiras, mas o espírito de fazer o que gostamos nos faz superar “certas dificuldades”.

SDZ: Com o lançamento do 1° Cd-demo “Separating Jesus Piece” a horda iniciou sua maldita jornada no negro underground. Como você avalia agora a divulgação desse opus após alguns anos do lançamento? Vi uma versão desse Cd-demo em K7, ainda é possível adquirir esse material?

B. Abbadon: Esse opus pra gente é de fato muito importante pos nos faz presentes nos dias de hoje, por termos o reconhecimento dos guerreiros que sempre procuram não só ouvir o som, mas também adentrar no conteúdo Ideológico da banda. Sim! Com a força de amigos do Scream Of War Zine, nós lançamos esse material em formato K-7 com uma tiragem de 666 copias numeradas a mão e que as mesmas podem ser adquiridas por nós da banda ou pelo Gleriston (SWZ).

SDZ: Atualmente a horda está divulgando o segundo Cd-demo denominado “Infestation of Darkness in the Bastards House”. Apreciei bastante todo o conteúdo desse opus que possui uma produção merecedora de elogios. Quais os principais avanços obtidos pela Facetumor com esse novo trabalho?

B. Abbadon: Agradeço primeiramente a suas palavras perante o nosso humilde trabalho! Nós podemos dizer que nesse período de tempo podemos adquirir um certo amadurecimento tanto Ideológico com musical, isso é, dentro dos nossos princípios. Nós pretendemos manter a nosso idéia de um Death Metal Old School, que é de fato o que corre em nosso sangue e que podemos nos expressar em nossos princípios musicais e Ideológicos.

SDZ: A horda Facetumor iniciou suas atividades em um período em que a cena cearense estar presenciando um “fenômeno” onde muitas bandas de Death Metal surgiram em pouco tempo. Nessa época eu estava meio que afastado da cena local e quando dei conta já havia aparecido tantas que estou até hoje para saber quantas foram. Em sua opinião a que se deve esse “fenômeno”?

B. Abbadon: Falando na cena local. Sim! Deu-se nesse período de se formarem algumas bandas de Death Metal, o motivo de algumas até posso saber, mais de outras que não sei explicar. Posso lhe falar que com o meu conhecimento com algumas dessas bandas, eu tenho a certeza que eles já mereciam estar dentro da cena há muito tempo, pois sabendo do conteúdo sério de seus trabalhos não tenho dúvidas de que tais bandas representam pra nossa cena, podendo até citar duas dessas: Reval Decay e Sevo... São dois grandes ícones do Death Metal no ponto de vista não só meu, mas como de muitos guerreiros do vale da morte!

SDZ: Geralmente quando ocorre algo assim anormal na cena é por que algum fator externo está influenciando a cena local. O que vimos foi esse “boom”, e como resultado esperado pouquíssimas se sustentou até hoje, pois o processo de seleção natural nunca falha. Cite os principais fatores que fizeram com que a Facetumor se destacasse tanto nesses últimos anos como um dos principais nomes do Death Metal cearense atual?

B. Abbadon: Creio eu que isso tem esse reconhecimento por não procurar brincar com o que fazemos, e isso é reconhecido pelos culturadores de nossa arte, que os mesmos procuram sempre batalhar com as bandas que costumam ter um sentido centrado para com o Metal Underground. Sempre procurei e procuro até hoje que a Facetumor não seja nunca uma banda sem espírito, ou seja, não ser uma banda vazia sem uma identidade alguma, sem conteúdo. Tocamos Death Metal pro que sentimos isso no sangue e que gostamos de passar nossos negros sentidos através do nosso som e isso pra gente é mais gratificante saber que de uma certa forma estamos sendo reconhecidos através de nossa batalha.

SDZ: Para mim vejo que Vital Remains e Nile são os nomes mais destacáveis na underground mundial na atualidade pois fazem um Death Metal original. Em sua opinião, a “instituição” do Death Metal mundial está bem representada na atualidade? Quais seriam os grandes nomes do Death Metal mundial na atualidade?

B. Abbadon: Ah! Com certeza essas bandas está há meu ver dentro dos princípios citados por nós, também como: Incantation, Deicide, Unleashed, entre outras que até hoje são apreciadas com o gosto do Verdadeiro Death Metal e estão fazendo seus trabalhos sérios.

SDZ: Tenho visto atualmente no movimento Death Metal que no geral as bandas têm deixado a ideologia meio que de lado, ou pelo menos em segundo plano, sendo que para eles, no Death Metal, a música conta bem mais. Acho que isso é um dos erros mais graves já visto no Death Metal mundial, pois a ideologia sempre deveria existir nessa vertente do Metal que é uma das mais fortes e extremas que existe no combate ao cristianismo e todas as corjas ligadas a isso. O que você acha disso? Death Metal sem ideologia pode existir?

B. Abbadon: Cara, acredito que tenhamos que ter nosso lado Ideológico sem duvidas, e com isso estamos cravando o nosso sentimento no que estamos fazendo e alem de tudo no que queremos viver... Isso sem dúvidas é de extrema importância quando se procura fazer um trabalho sério dentro do espírito Underground. Muitas bandas hoje nem existem mais por que se venderam, mostram realmente que faziam de conta que tinha uma Postura (se é que essas tiveram algum dia), pois como já é verídico que o tempo se encarrega de exterminar sem piedade essas que sem conteúdo e muito menus uma Ideologia seria.

SDZ: Você já teve ter ouvido falar que hoje até no Death Metal estão utilizando o Nazismo como um dos complementos ideológicos mais vistos da atualidade. Qual a posição da Facetumor perante essa “ideologia” que ao lado do cristianismo já nasceu para ser falida?

B. Abbadon: Não tenho nem muito que comentar sobre essa forma de “política” dentro do Death e muito menos em qualquer outra vertente do Metal, pois não tem nenhum interesse em certos conteúdos que pra mim são descartados.

SDZ: Todos sabemos que os selos costumam investir no estilo que está em alta no momento, em seguimento a isso vemos muitas bandas de extrema qualidade passando uma década inteira para lançar um Debut, como foi o caso da Corpse Grinder, que é um dos principais nomes do Death Metal nacional e que teve que superar suas dificuldades por mais de uma década para lançar o primeiro CD. Como isso poderia ser contornado atualmente? Como estão os planos para a Facetumor para lançar seu Debut?

B. Abbadon: Isso de certa forma ocorre pela visão capitalista de certos selos ou Distros por apenas visar o estilo que estar em “alta” que pra mim, essas não tem muito espiro do Underground dentro de si, coisa que vem crescendo muito de um tempo para os dias atuais. É devido a isso que muitas levam esse tempo todo para terem seus merecidos trabalhos reconhecidos, alguns conseguem com muito esforço e dedicação fazer um lançamento autoral. O Facetumor teve algumas propostas, mas as mesmas têm que serem analisadas para que possamos saber se podemos estar de acordo com os interessados, ou seja, que estejam dentro dos princípios e alcance da banda.

SDZ: Sendo o Death Metal brasileiro um dos melhores do mundo isso não era para existir, mas acaba acontecendo como tudo de errado que temos nesse país. Por isso vemos com muita freqüência atualmente bandas de vários estilos, mas principalmente o Death Metal, investirem em uma divulgação mais voltada para fora do país e que acabam por conseguir lançar seus materiais por selos de fora, como acontece com a Ophiolatry, Mental Horror e como aconteceu com o Rebaelliun. Vocês já pensaram nisso como uma opção para lançar o Debut? Vocês têm investido na divulgação fora do país?

B. Abbadon: Pra falar a verdade nossa divulgação externa foi muito pouca há meu ver, até que poderia ter sido maior, mas não foi de um extremo interesse de estarmos divulgando fora só por questão de obtermos uma proposta de gravação, sendo que, se for de ser de interesse de alguém fora, vamos analisar muito bem da mesma forma de que em nosso país, pois estamos abertos a propostas assim como muitas outras que procuram propagar o seu mal para os que estão realmente dentro do Metal.

SDZ: No Death Metal mundial vemos uma tendência a produzir uma sonoridade cada vez mais rápida no chamado Brutal Death Metal, que teve como principal representante o Krisiun e hoje temos inúmeras bandas tocando igual, em uma espécie de plágio descarado. Eu particularmente não sou grande admirador dessa vertente do Death Metal que para mim tira muito do feeling comum ao estilo e ao Metal em si. Mas você, o que você acha dessas tendências que têm surgido em todos os estilos de Metal e que em pouco tempo é seguida por todos?

B. Abbadon: É verdade! Existem muitas bandas que estão seguindo essa vertente, mas não é muito o meu gosto também, pois comecei ouvindo o Death Metal Old School e pretendo continuar gostando dessa grande forma que me faz sentir a essência do Death (a meu ver), não descrimino a nova forma, mas o que mais me identifico é o venho e puro Death que até hoje permanece em minhas veias com seu furioso e horripilante som da Morte.

SDZ: Nesses 5 anos de existência a Facetumor já participou de vários festivais aqui em Fortaleza e alguns em outros estados. Quais as principais lembranças que vocês têm desses shows e quais viriam a ser o momento que você queria esquecer relacionado a essas apresentações?

B. Abbadon: O 1° show que participamos sem dúvidas nunca sairá de nossas lembranças assim como para varias bandas o 1° é marcante. Também um dos eventos que me recordo muito bem que foi muito destruidor foi o “Crepúsculo dos Deuses” que podemos compartilhar do palco com: Unholy Flames, Hecate e Nanroth Blackthorn... E também o que dividimos o palco com o Desaster. Com relação ao que poderíamos tentar esquecer não vejo qual! Pois todos serviram de fonte de conhecimentos sendo elas coisas boas ou ruins, com relação a isso hoje sempre que podemos fazemos um levantamento de eventos que possamos ser convidados pra que depois não haja decepções mais tarde.

SDZ: Quando uma banda toca em vários eventos e também quando toca em outros lugares às vezes ocorre de dividir o palco com bandas de ideologias incompatíveis com a da horda. Como tem sido a posição da Facetumor nesse sentido?

B. Abbadon: É! De fato uma coisa que acontece por muitas vezes certas hordas com um tempo depois mostrarem que realmente não sustentam a essência do Metal. Como falei antes, procuramos sempre que podemos estudar o evento pra que não haja decepções, mais isso nem sempre dar certo, pois banda que hoje possam passar uma “postura real” amanhã podem estar sendo desmascaradas por falta de: Seriedade, Postura, Ideologia, Maturidade, e entre outras cosias.

SDZ: Atualmente a cena em nosso estado está bem dividida. O que você acha desse fato e qual a posição da Facetumor perante isso?

B. Abbadon: No meu conhecimento isso ocorre por inúmeras diferenças de pensamentos, uns procuram seguir com seus princípios sérios enquanto os outros não fazem o mesmo. Com o passar do tempo a FaceTumor teve muitas visões com relação a nossa cena e com essas visões podemos amadurecer em nosso princípios, temos nossa postura e atitudes e sabemos quem busca sempre manter a chama do Metal Underground acesa em nosso “mundo”, não são muitos, mas o pouco que existe sabemos o que querem e o que realmente é preciso fazer pra que os difamadores da cena caiam por terra.

SDZ: Bem, Betho, agradeço pela entrevista. Espero estar podendo com ela contribuir ainda mais com o fortalecimento da Facetumor no underground nacional. Desejo-lhes forças em suas jornadas. Sinta-se a vontade para expressar um mensagem final ao nossos leitores... Hail!

B. Abbadon: Meus sinceros agradecimentos à você grande George, por estar nos dando essa oportunidade de estar em vosso artefato que temos como orgulho de compactuar do mesmo. Aos apreciadores do Metal Underground agradeço também pela força que tem nos dado onde quer que estejamos... Com certeza a cena não é só feita de bandas, mas também de seguidores que procuram sempre estar com a visão de quem estar batalhando com honra e atitude...! Salve o Metal da Morte!!! Salve as Criaturas da Noite!!!!


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