sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Boicote a moda Thrash!! Em Ruinas e Flagelador - Entrevistas extraida do Youtube



Para quem ainda acha que existe algo de valor nessa moda Thrash Metal que assola o Brasil. Essas são duas referencias dessa “nova safra Thrash Metal oitentista” (há, há, há!!) no Brasil. Contam com uma grande quantidade de seguidores em suas redes sociais, e contam com um certo apoio de bandas de Death e Black Metal. Vejam a posição do mesmo quanto ao Metal Negro, e sua visão sobre o combate ao cristianismo:


Parte 1:
Parte 2:





Temos que acabar com esse tipo de banda! Boicotar mesmo essa corja modista sem um pingo de ideologia sequer, que fazem do underground um salão de festa. A visão desses caras sobre o Black Metal é ridicula. Boicote total aos vermes modistas!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Camos - Kaim 666



Resenhar um material, seja ele CD´s, DVD´s, Zines, etc, dificilmente será um ato imparcial, onde o individuo irá mostrar somente uma posição “técnica” do que vem a ser esse material. Sempre irá existir um vestígio de sentimento, seja ele de admiração ou repulsa. Por isso considero que uma senha sempre será pessoal. Dessa forma dificilmente eu estaria fazendo uma resenha desse CD sem expressar o meu respeito e admiração por esse glorioso opus maligno.
“Kaim 666” é um trabalho que vem em uma época em que resgatar o passado para alguns é o meio mais simples de “adquirir” o público fácil e descartável que predomina o negro underground. Hoje, para alguns, tocar um Metal Oitentista é buscar recursos da moda vigente, no caso o Thrash Metal.
Nesse caso temos uma verdadeira expressão de espírito oitentista, mesclando o Verdadeiro Heavy Metal Tradicional com o negro sentimento do Metal Negro. Um trabalho grandioso. Muito foda escutar um perfeito Heavy Metal com uma temática e aura negra. Heavy Metal Satanico!! Impossível destacar um som apenas. Esse opus merece respeito igualmente pela inovação. Muito fudido mesmo! Hail!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Amazarak - Ascensão do Anticristo


Quando o Cavalo Bathory saiu do Mausoleum, notei um certo buraco nesta horda, pois esse vocalista tinha um poder enorme frente a essa que era até então uma das hordas mais gloriosas do negro underground nacional. Algum tempo depois soube que o mesmo estava integrando a Amazarak, que para mim era ainda desconhecida, pois a mesma já possuía uma demo lançada em 2001 chamada “Officinarum”. Em 2005 saiu a “Comando Blasfêmia”, voltado diretamente ao Thrash Metal, essa demo ganhou grandes proporções no underground nacional, principalmente por o mesmo está passando por uma onda oitentista que para muitos foi vista por uma moda gerada pelo retorno de grandes nomes do estilo que haviam abandonado suas atividades.
Ao final de 2009 sai o “tão aguardado” Debut CD, denominado “Ascensão do Anticristo”. Totalmente voltado ao Thrash Metal oitentista, esse trabalho feio para firmar ainda mais o nome Amazarak para os apreciadores do metal saudosista, onde não existe nada de novo, mas mesmo assim ainda torna a sonoridade atrativa. “Sob o Sinal de Lúcifer” talvez seja a faixa mais Black Metal desse CD, que possui uma sonoridade bastante trabalhada, mas que deixa as letras meio que de lado. Títulos como “Lendários Batedores de Cabeça” é pelo menos bizarro, e uma letra que versa: “Somos os lendários batedores de cabeça e no inferno iremos atacar!”...
Grande trabalho para quem gosta de reviver o que foi feito por grandes nomes do Thrash Metal dos 80´s.

Leviathan/Acherontas - Sic Luceat Lux - Split CD



Um dos melhores Split´s de 2009! A horda americana Leviathan já é bem conhecida no underground mundial possuindo muitos trabalhos lançados, sendo eles 15 (quinze) demos, 4 (quatro) Full Length, 3 (três) coletâneas, 2 (dois) EP´s e com esse 7 (sete) Splits, ou seja, uma discografia bem intensa para essa One-Man-Band formada por Wrest em São Francisco, California em 1998. A grega Acherontas foi formada em 2007 e possui somente um trabalho lançado, “Tat Tvam Asi (Universal Omniscience)” de 2007 e esse é o seu segundo Split; uma horda relativamente nova mas que possui membros com bastante experiência tendo em vista os seus trabalhos anteriores e paralelos.
Leviathan aos poucos tem moldado o seu Metal Negro na vertente mais depressiva, mas ainda com muitos momentos de velocidade e ira expressados em hinos como “To A Grotesque of Swollen Flesh” e “Secret Skulls”, que alias, possui uma produção diferente das faixas restantes do Split.
Apesar de apreciar bastante o negro underground grego não lembro de ter escutado Acherontas antes desse opus, o que tornou desse uma grata surpresa, pois trata-se de uma horda com uma sonoridade exemplar, tradicional oculta. Após uma pela introdução ao piano, chamada “Tymvos”, o que se segue são verdadeiros hinos de combate a praga cristã. “Velvet Aurora” com uma seqüência de riffs marcantes, seguida pela longa “Kornugia”, que para mim é o destaque geral desse opus, grandes riffs, ótima variação e um clima negro intenso. A outro “Silentio Est Aurum” encerra essa grande obra de glorificação à obscuridade.




Rotting Christ - AEALO


Aprecio bastante os velhos trabalhos do Rotting Christ, mas não sou daqueles admiradores que fecham os olhos para o que a banda tem feitos atualmente. Não é de agora que eu falo que Rotting Christ visa algo maior, uma visibilidade maior, como já foi até mencionado em uma entrevista que a mesma teria a dificuldade de adquirir essa visibilidade devido ao seu nome, mas que era de seu interesse alcançar novos horizontes. Não dá pra fechar os olhos e observar que existe um trabalho amplo no marketing da banda, que modifica até a forma de se vestir a cada álbum, cada álbum um novo visual, uma nova visão.
Em AEALO o Rotting Christ veio seguindo o que havia feito nos trabalhos anteriores, tem acrescentado mais e mais elementos da música grega a sua sonoridade. Sempre é interessante ver novos elementos musicais acrescidos a velha sonoridade do Rotting Christ, mas creio que em alguns momentos tais elementos não se encaixam perfeitamente, gerando momentos dispensáveis a um trabalho que poderia ser ainda melhor como é o caso que acontece na faixa título que abre o trabalho.
Em “Eon Aenaos” temos uma nova fase do Rotting Christ onde o mesmo junta vários elementos que vinha utilizando durante sua trajetória com muitos elementos modernos, industriais até. Além disso temos em vários momentos umas vocalizações femininas, algo tradicional grego, mas que torna alguns momentos desse trabalho ainda mais difícil de digerir. No fim temos um cover da cantora grega Diamanda Gálas em “Order From the Dead”.
Posso destacar a faixa “Dub-Sag-Ta-Ke” que possui uma sonoridade tipicamente Rotting Christ, o que lembra os velhos clássicos dessa banda e a capa, muito bem feita.
Talvez toda essa modernidade, por muitas vezes exageradas em algumas faixas e o acrescimento desses elementos culturais gregos, que desta vez não foram bem encaixados torne desse um álbum chato de se ouvir repetidas vezes. Mas para aqueles fãs de carteirinha tenho certeza que se trata de um grande trabalho... 


Quintessence – “Le Fléau de ton Existence” 2009



O negro underground francês talvez não seja uma grande referencia no Metal Negro europeu, mas possui hordas de absurda qualidade, sendo até mais produtivo do que alguns países mais expressivos no Metal em geral. A horda Quintessece é um exemplo disso, formada recentemente, em meados de 2007, possui em sua formação membros com bastante experiência no underground local, com integrantes das hordas Pacifism Kills, Manzer, Synode, Birthdecline, todas da vertente mais negra do metal.
“Le Fléau de Ton Existence” trata-se do primeiro álbum dessa promissora horda, que possui também uma demo em sua discografia chamada “Black Hordes Unleashed” que ainda pode ser adquirida com a própria horda.
Quintessence toca um Metal Negro vigoroso, direto, com uma base bem estruturada pela bela harmonia entre o baixo e a bateria que são bastante rápidos, enquanto as guitarras se dedicam quase que integralmente a parte melódica desse trabalho. Realmente o trabalho de guitarra é o destaque maior dessa grande horda. Totalmente cantados em francês, o vocal possui um timbre marcante com algumas narrativas em vocais limpos.
Segundo informações contidas no myspace oficial da horda, nos próximos meses a mesma tem alguns novos trabalhos agendados para lançamentos, incluindo a versão desse álbum lançado em Tape no Chile, só que limitado em 300 cópias que sairá pela Tyrannus Records; e um Split-Tape lançado pelo selo Satanic Records do México juntamente com a horda Valuatir, também limitada, só que em 666 cópias; a versão Digipack com 5 faixas bônus que sairá no Japão pelo selo Hidden Marly Prod. limitada em 1000 cópias; E ainda a versão em Vinil do Debut CD que sairá nos EUA limitada em 300 cópias pelo selo Ragnarok Records.
Uma horda promissora.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sui Caedere - Thréne


Sou um grande apreciador do Black Metal expressado em sua vertente mais depressiva, o que muitos chamam de Depressive Black Metal, que de alguns anos pra cá vem ganhando bastante espaço no underground mundial. O opus “Thrène” da horda canadense Sui Caedere é um dos trabalhos que contém todos os elementos que fazem desse CD uma boa referencia do estilo.
Fica realmente complicado destacar um som nesse trabalho, pois desde a sua belíssima introdução até a outro, o que temos são verdadeiros odes ao desespero e a obscuridade. Sui Caedere é formada por: Morphe (guitarra e bateria), Monarque (vocais) e L. Efferus (baixo). Esse foi o único registro encontrado dessa horda, espero que agora em 2010 a Sui Caedere nos mostre outro tributo ao suicídio.
http://www.myspace.com/suicaedereband



Old Wainds - Death Nord Kult


Já tem um certo tempo que eu venho acompanhando o trabalho dessa horda formada em 1995 em na fria Murmansk, na Rússia. Nesse último opus, lançado em 2008, a Old Wainds nos apresenta o seu poderoso Black Metal com um pequeno toque de modernidade em sua sonoridade, mas que em momento algum vem a prejudicar esse magistral trabalho.
“Death Nord Kult” começa com "Storm Whip" que possui uma pequena introdução tipicamente européia com elementos eletrônicos, seguida por uma cadência que vem sendo bastante utilizada no Black Metal atualmente. Em seguida temos a "Once Moonlight", que é mais “calma”, com um clima denso e uma certa melodia nos trabalhos de guitarra. Logo após temos a "Cruel Black Dead" com uma certa pegada oitentista, mas nada voltada para a moda que gira em torno dessa sonoridade. "Bloostained" talvez seja a faixa que mais remete aos antigos trabalhos da Old Wainds, um grande hino realmente. "Cold Twilght of the Worlds" inicia-se bem cadenciada, mas logo mostra que segue a linha da anterior, ou seja, o bom velho Old Wainds. "Born in the Freezing Dark" talvez seja o som mais rápido desse opus e possui um feeling matador. Já a faixa título, "Death Nord Kult" inicia-se com uma breve introdução e em seguida temos um tradicional Metal Negro à Darkthrone, muito bom mesmo. Encerra esse opus a faixa "Cold Nothern Order" com bastante variação em seu andamento.
Sem dúvida alguma um opus que deve ser apreciado e respeitado. Black Metal sem frescuras, direto.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Manifesto MORTE AO "DEATH METAL" CRISTÃO!!!

Morte ao White 2
Predator Hell on Earth

White "Metal" Maniac ex-vocalista do Mayehm em video com Shining

A notícia que o Maniac, ex-vocalista do Mayhem virou White não é mais novidade, mas esse video vem a mostrar o que está por trás da mascara de muitos “ídolos” do Black Metal mundial. Ah, e fiquem de olho nessa bosta chamada Shining da Suécia!! 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Manifesto - Inquisição Metal

Este protesto escrito é dirigido àqueles reais Guerreiros e Guerreiras do Underground Nacional que verdadeiramente se importam com nosso cenário e sua eminente decadência causada pelo descaso de uma maioria, que aparenta não se importar em conviver com posers que se utilizam do nosso som, nossas vestimentas e até mesmo dos nossos ideais, como se tudo fosse apenas mais uma moda a se copiar. Para esses sanguessugas o Metal consiste apenas em roupas pretas e acessórios agressivos sem significado algum ou no mais alguns nomes memorizados de bandas, as quais nem sequer conseguem identificar o som quando as ouvem. Esses indivíduos são extremamente nocivos a cena, pois muitas vezes chegam a ser cristãos que zombam do fato de que são algo que ideologicamente repudiamos. Com o advento da internet se torna cada vez mais difícil nos mantermos realmente UNDERGROUND, pois para os Headbangers que tem o metal correndo nas veias seria até uma vantagem poder conferir sons de bandas que outrora eram de difícil acesso devido a distancia, a internet ainda facilita o contato entre Headbangers de toda a parte coisa que era bastante complicada, além de demorada e cara até cerca de uma década atrás (talvez por isso mesmo aqueles que vivenciaram essa época em que a única forma de manter contato e obter materiais era através de onerosas ligações interurbanas ou ter que esperar por demoradas respostas por carta, tem noção de o que é ser de fato UNDERGROUND), mas em vez de viabilizar os contatos entre aqueles que têm uma proposta séria dentro da cena, o uso da internet fez com que os falsos tivessem acesso livre ao que deveria ser SUBTERRÂNEO e também semeou um comodismo entre muitos daqueles que antes defendiam suas ideologias com extrema convicção. Radicalismo, Postura, Ideologia, Atitude, Anti-cristinismo, termos que antes nos definiam enquanto Headbangers hoje se tornam apenas palavras sem significado na boca de vermes. Cada vez mais surgem bandas dentro do nosso cenário com o único propósito de obter “fama” e “sucesso” e que não enxergam Headbangers e sim possíveis “fãs”. É de causar nojo assistir essa escória se tratar por “guerreiros” e “guerreiras” para esses é necessário mais que lições de postura, é preciso também um dicionário, pois em toda história da língua portuguesa jamais se ouviu dizer que guerreiro fosse alguém que nem sequer luta, ou será que se tornou apenas uma forma de tratamento que nada representa? Aqueles Guerreiros que tomam atitudes mais drásticas têm sido rotulados de “encrenqueiros”, mas desde quando o Metal prega a “paz e o amor”? Faz-se necessário mostrar a esses fracos sem propósito que não há lugar no cenário para mediocridade. Chega de tolerância com aqueles que se dizem Headbangers, mas nem ao menos conhecem as bandas que ostentam em suas jaquetas de patches, já passa da hora de banir esses ratos imundos de uma vez por todas.
É em tributo ao Pile Driver, que na década de 80 já combatia a tomada da cena por posers em suas letras, que nomeio esse manifesto “Inquisição Metal”, mas acima de tudo é com o intuito de saudar os nobres Guerreiros e Guerreiras do nosso Metal Nacional que agem de acordo com o que se profere e nunca se deixaram intimidar pelo conformismo e o modismo de uma maioria e continuam em sua luta em defesa do Underground.
Hails!!!
Fodam-se os Conformistas! Fodam-se os sem postura! Morte aos posers!
Texto por Condessa Vermelha

Video da horda Profane Souls - Filhos Profanos de uma Terra Profana



A horda Profane Souls se apresentará no dia 08/05/2010 na edição de comemoração de 11 anos do Art Underground, um dos mais respeitados festivais realizados no Brasil. As hordas confirmadas para participar dessa grande celebração até o momento são:


TOMBSTONE (MT)
HECATE (Fortaleza - Ce)
SARCASMO (Belo Horizonte - Mg)
PROFANE SOULS (Curitiba - PA)



Mias informações podem ser conferidas na comunidade da Art Underground no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=14793524

domingo, 3 de janeiro de 2010

Entrevista Facetumor



Por: George Ederson

SDZ: Saudações grandioso Betho Abbadon!! É um prazer estar contribuindo na divulgação da Facetumor com essa entrevista e uma honra ter mais um grande irmão representando as terras cearenses em nossas páginas. Hail!!

Betho Abbadon: O agradecimento é nosso, grande amigo George, por estar nos dando essa oportunidade de expressa nosso pensamentos. E sabendo também que estamos tratando de responder um Zine com um conteúdo de gigantesca importância pra o meio Underground.

SDZ: A Facetumor foi formada em meados de 2002, num período em que a cena underground nacional se encontrava em um dos seus melhores momentos, ou pelo menos em um momento em que a atividade no underground se encontrava intensa. Quais as recordações que você tem desse período para a horda?

B. Abbadon: Realmente foi um período em que se formaram bandas que hoje em dia não se ver muito delas na ativa, outras ainda se mantêm firmes com seus propósitos, ou seja, o tempo faz com que se fortaleça os que realmente procuram manter sua Ideologia, outros não se sustentam por questões financeiras, e como também os que são decepados pelo tempo por não terem nem uma virtude seria com o Metal underground.

SDZ: Quais as principais dificuldades enfrentadas por vocês no início, além das já tradicionais dificuldades financeiras e quais as outras experiências que vocês tiveram em ouras bandas antes de formarem a horda?

B. Abbadon: Bom! Como você mesmo citou: “as tradicionais dificuldades financeiras”... Essas estão sempre presentes nas maiorias das bandas. Quando estávamos pra dar início as atividades na Facetumor eu sempre procurei conhecer os diversos problemas que são enfrentados pelas maiorias das hordas daquele período até os dias de hoje mesmo eu procuro visualizar os pontos que estão ao meu alcance... E com certeza esses fatores não me fizeram desistir de propagar nosso mal por essa nossa terra. Posso lhe dizer que não é nada fácil manter a banda por razões financeiras, mas o espírito de fazer o que gostamos nos faz superar “certas dificuldades”.

SDZ: Com o lançamento do 1° Cd-demo “Separating Jesus Piece” a horda iniciou sua maldita jornada no negro underground. Como você avalia agora a divulgação desse opus após alguns anos do lançamento? Vi uma versão desse Cd-demo em K7, ainda é possível adquirir esse material?

B. Abbadon: Esse opus pra gente é de fato muito importante pos nos faz presentes nos dias de hoje, por termos o reconhecimento dos guerreiros que sempre procuram não só ouvir o som, mas também adentrar no conteúdo Ideológico da banda. Sim! Com a força de amigos do Scream Of War Zine, nós lançamos esse material em formato K-7 com uma tiragem de 666 copias numeradas a mão e que as mesmas podem ser adquiridas por nós da banda ou pelo Gleriston (SWZ).

SDZ: Atualmente a horda está divulgando o segundo Cd-demo denominado “Infestation of Darkness in the Bastards House”. Apreciei bastante todo o conteúdo desse opus que possui uma produção merecedora de elogios. Quais os principais avanços obtidos pela Facetumor com esse novo trabalho?

B. Abbadon: Agradeço primeiramente a suas palavras perante o nosso humilde trabalho! Nós podemos dizer que nesse período de tempo podemos adquirir um certo amadurecimento tanto Ideológico com musical, isso é, dentro dos nossos princípios. Nós pretendemos manter a nosso idéia de um Death Metal Old School, que é de fato o que corre em nosso sangue e que podemos nos expressar em nossos princípios musicais e Ideológicos.

SDZ: A horda Facetumor iniciou suas atividades em um período em que a cena cearense estar presenciando um “fenômeno” onde muitas bandas de Death Metal surgiram em pouco tempo. Nessa época eu estava meio que afastado da cena local e quando dei conta já havia aparecido tantas que estou até hoje para saber quantas foram. Em sua opinião a que se deve esse “fenômeno”?

B. Abbadon: Falando na cena local. Sim! Deu-se nesse período de se formarem algumas bandas de Death Metal, o motivo de algumas até posso saber, mais de outras que não sei explicar. Posso lhe falar que com o meu conhecimento com algumas dessas bandas, eu tenho a certeza que eles já mereciam estar dentro da cena há muito tempo, pois sabendo do conteúdo sério de seus trabalhos não tenho dúvidas de que tais bandas representam pra nossa cena, podendo até citar duas dessas: Reval Decay e Sevo... São dois grandes ícones do Death Metal no ponto de vista não só meu, mas como de muitos guerreiros do vale da morte!

SDZ: Geralmente quando ocorre algo assim anormal na cena é por que algum fator externo está influenciando a cena local. O que vimos foi esse “boom”, e como resultado esperado pouquíssimas se sustentou até hoje, pois o processo de seleção natural nunca falha. Cite os principais fatores que fizeram com que a Facetumor se destacasse tanto nesses últimos anos como um dos principais nomes do Death Metal cearense atual?

B. Abbadon: Creio eu que isso tem esse reconhecimento por não procurar brincar com o que fazemos, e isso é reconhecido pelos culturadores de nossa arte, que os mesmos procuram sempre batalhar com as bandas que costumam ter um sentido centrado para com o Metal Underground. Sempre procurei e procuro até hoje que a Facetumor não seja nunca uma banda sem espírito, ou seja, não ser uma banda vazia sem uma identidade alguma, sem conteúdo. Tocamos Death Metal pro que sentimos isso no sangue e que gostamos de passar nossos negros sentidos através do nosso som e isso pra gente é mais gratificante saber que de uma certa forma estamos sendo reconhecidos através de nossa batalha.

SDZ: Para mim vejo que Vital Remains e Nile são os nomes mais destacáveis na underground mundial na atualidade pois fazem um Death Metal original. Em sua opinião, a “instituição” do Death Metal mundial está bem representada na atualidade? Quais seriam os grandes nomes do Death Metal mundial na atualidade?

B. Abbadon: Ah! Com certeza essas bandas está há meu ver dentro dos princípios citados por nós, também como: Incantation, Deicide, Unleashed, entre outras que até hoje são apreciadas com o gosto do Verdadeiro Death Metal e estão fazendo seus trabalhos sérios.

SDZ: Tenho visto atualmente no movimento Death Metal que no geral as bandas têm deixado a ideologia meio que de lado, ou pelo menos em segundo plano, sendo que para eles, no Death Metal, a música conta bem mais. Acho que isso é um dos erros mais graves já visto no Death Metal mundial, pois a ideologia sempre deveria existir nessa vertente do Metal que é uma das mais fortes e extremas que existe no combate ao cristianismo e todas as corjas ligadas a isso. O que você acha disso? Death Metal sem ideologia pode existir?

B. Abbadon: Cara, acredito que tenhamos que ter nosso lado Ideológico sem duvidas, e com isso estamos cravando o nosso sentimento no que estamos fazendo e alem de tudo no que queremos viver... Isso sem dúvidas é de extrema importância quando se procura fazer um trabalho sério dentro do espírito Underground. Muitas bandas hoje nem existem mais por que se venderam, mostram realmente que faziam de conta que tinha uma Postura (se é que essas tiveram algum dia), pois como já é verídico que o tempo se encarrega de exterminar sem piedade essas que sem conteúdo e muito menus uma Ideologia seria.

SDZ: Você já teve ter ouvido falar que hoje até no Death Metal estão utilizando o Nazismo como um dos complementos ideológicos mais vistos da atualidade. Qual a posição da Facetumor perante essa “ideologia” que ao lado do cristianismo já nasceu para ser falida?

B. Abbadon: Não tenho nem muito que comentar sobre essa forma de “política” dentro do Death e muito menos em qualquer outra vertente do Metal, pois não tem nenhum interesse em certos conteúdos que pra mim são descartados.

SDZ: Todos sabemos que os selos costumam investir no estilo que está em alta no momento, em seguimento a isso vemos muitas bandas de extrema qualidade passando uma década inteira para lançar um Debut, como foi o caso da Corpse Grinder, que é um dos principais nomes do Death Metal nacional e que teve que superar suas dificuldades por mais de uma década para lançar o primeiro CD. Como isso poderia ser contornado atualmente? Como estão os planos para a Facetumor para lançar seu Debut?

B. Abbadon: Isso de certa forma ocorre pela visão capitalista de certos selos ou Distros por apenas visar o estilo que estar em “alta” que pra mim, essas não tem muito espiro do Underground dentro de si, coisa que vem crescendo muito de um tempo para os dias atuais. É devido a isso que muitas levam esse tempo todo para terem seus merecidos trabalhos reconhecidos, alguns conseguem com muito esforço e dedicação fazer um lançamento autoral. O Facetumor teve algumas propostas, mas as mesmas têm que serem analisadas para que possamos saber se podemos estar de acordo com os interessados, ou seja, que estejam dentro dos princípios e alcance da banda.

SDZ: Sendo o Death Metal brasileiro um dos melhores do mundo isso não era para existir, mas acaba acontecendo como tudo de errado que temos nesse país. Por isso vemos com muita freqüência atualmente bandas de vários estilos, mas principalmente o Death Metal, investirem em uma divulgação mais voltada para fora do país e que acabam por conseguir lançar seus materiais por selos de fora, como acontece com a Ophiolatry, Mental Horror e como aconteceu com o Rebaelliun. Vocês já pensaram nisso como uma opção para lançar o Debut? Vocês têm investido na divulgação fora do país?

B. Abbadon: Pra falar a verdade nossa divulgação externa foi muito pouca há meu ver, até que poderia ter sido maior, mas não foi de um extremo interesse de estarmos divulgando fora só por questão de obtermos uma proposta de gravação, sendo que, se for de ser de interesse de alguém fora, vamos analisar muito bem da mesma forma de que em nosso país, pois estamos abertos a propostas assim como muitas outras que procuram propagar o seu mal para os que estão realmente dentro do Metal.

SDZ: No Death Metal mundial vemos uma tendência a produzir uma sonoridade cada vez mais rápida no chamado Brutal Death Metal, que teve como principal representante o Krisiun e hoje temos inúmeras bandas tocando igual, em uma espécie de plágio descarado. Eu particularmente não sou grande admirador dessa vertente do Death Metal que para mim tira muito do feeling comum ao estilo e ao Metal em si. Mas você, o que você acha dessas tendências que têm surgido em todos os estilos de Metal e que em pouco tempo é seguida por todos?

B. Abbadon: É verdade! Existem muitas bandas que estão seguindo essa vertente, mas não é muito o meu gosto também, pois comecei ouvindo o Death Metal Old School e pretendo continuar gostando dessa grande forma que me faz sentir a essência do Death (a meu ver), não descrimino a nova forma, mas o que mais me identifico é o venho e puro Death que até hoje permanece em minhas veias com seu furioso e horripilante som da Morte.

SDZ: Nesses 5 anos de existência a Facetumor já participou de vários festivais aqui em Fortaleza e alguns em outros estados. Quais as principais lembranças que vocês têm desses shows e quais viriam a ser o momento que você queria esquecer relacionado a essas apresentações?

B. Abbadon: O 1° show que participamos sem dúvidas nunca sairá de nossas lembranças assim como para varias bandas o 1° é marcante. Também um dos eventos que me recordo muito bem que foi muito destruidor foi o “Crepúsculo dos Deuses” que podemos compartilhar do palco com: Unholy Flames, Hecate e Nanroth Blackthorn... E também o que dividimos o palco com o Desaster. Com relação ao que poderíamos tentar esquecer não vejo qual! Pois todos serviram de fonte de conhecimentos sendo elas coisas boas ou ruins, com relação a isso hoje sempre que podemos fazemos um levantamento de eventos que possamos ser convidados pra que depois não haja decepções mais tarde.

SDZ: Quando uma banda toca em vários eventos e também quando toca em outros lugares às vezes ocorre de dividir o palco com bandas de ideologias incompatíveis com a da horda. Como tem sido a posição da Facetumor nesse sentido?

B. Abbadon: É! De fato uma coisa que acontece por muitas vezes certas hordas com um tempo depois mostrarem que realmente não sustentam a essência do Metal. Como falei antes, procuramos sempre que podemos estudar o evento pra que não haja decepções, mais isso nem sempre dar certo, pois banda que hoje possam passar uma “postura real” amanhã podem estar sendo desmascaradas por falta de: Seriedade, Postura, Ideologia, Maturidade, e entre outras cosias.

SDZ: Atualmente a cena em nosso estado está bem dividida. O que você acha desse fato e qual a posição da Facetumor perante isso?

B. Abbadon: No meu conhecimento isso ocorre por inúmeras diferenças de pensamentos, uns procuram seguir com seus princípios sérios enquanto os outros não fazem o mesmo. Com o passar do tempo a FaceTumor teve muitas visões com relação a nossa cena e com essas visões podemos amadurecer em nosso princípios, temos nossa postura e atitudes e sabemos quem busca sempre manter a chama do Metal Underground acesa em nosso “mundo”, não são muitos, mas o pouco que existe sabemos o que querem e o que realmente é preciso fazer pra que os difamadores da cena caiam por terra.

SDZ: Bem, Betho, agradeço pela entrevista. Espero estar podendo com ela contribuir ainda mais com o fortalecimento da Facetumor no underground nacional. Desejo-lhes forças em suas jornadas. Sinta-se a vontade para expressar um mensagem final ao nossos leitores... Hail!

B. Abbadon: Meus sinceros agradecimentos à você grande George, por estar nos dando essa oportunidade de estar em vosso artefato que temos como orgulho de compactuar do mesmo. Aos apreciadores do Metal Underground agradeço também pela força que tem nos dado onde quer que estejamos... Com certeza a cena não é só feita de bandas, mas também de seguidores que procuram sempre estar com a visão de quem estar batalhando com honra e atitude...! Salve o Metal da Morte!!! Salve as Criaturas da Noite!!!!


Bio Lord Baal




A Horda Lord Baal foi concebida entre as trevas, sob a negra luz do ano 2005, em Caruaru-PE, trazendo consigo sons oriundos emanados do inferno no total Black Metal, tendo seus hinos blasfemados em português de trás para frente cada palavra. O Black Metal direto ao satanismo ideológico, contra o cristianismo e seus seguidores... Formado pelos 5 membros: Maniac Pazuzu (guitarra), Lord Baalberith (voz), Emperor Baalzebu (bateria), Astaroth (baixo) e Agaures (teclado). Após muito trabalho, sob o domínio de satanás, em meio ao caos e o ódio, ergue-se no dia 06/06/06 o primeiro artefato sendo divulgado com o titulo de Lord Baal, que mais tarde é re-lançada com o titulo de “Sol Mortiço”. No mesmo ano Agaures (teclado) sai da horda por falta de entrosamento, e o som fica mais cru e mais rápido, então no mesmo ano gravam o CD demo "INRI" (Incompetência do Nazareno no Reino dos ímpios). Em novembro 2007 lançam a DT "Ao Vivo em Vitoria/ES", com duas músicas gravadas no Metal Devastation Fest 9. No inicio de 2008, Astaroth (baixo) é banido da Horda pelas suas atitudes imorais dentro e fora da mesma. Com isto a horda segue em frente apenas com: Lord Baalberith (voz), Maniac Pazuzu (guitarra) e Emperor Baalzebuth (bateria). Criando novos hinos, mas sentindo a ausência de um baixista do qual faz com que percam varias propostas de shows no ano de 2008. No inicio de 2009 é convocado o guerreiro Impuro 666 para o baixo, e a horda segue em frente com a nova formação compondo novos hinos para a gravação de mais um artefato.


Entrevista Miasthenia




Por: George Ederson
Junho de 2006

SDZ: Saudações! É uma honra tê-los em nossas páginas. Para iniciar gostaria de pedir uma avaliação sua sobre o negro underground do todo o país levando em consideração todas as mudanças ocorridas desde que a horda surgiu.

Thormianak: Salute irmão!! Acredito que o Black Metal está da mesma forma que a nossa sociedade contemporânea,decadente, não vejo muita coisa interessante no estilo (musicalmente falando) hoje em dia nem aqui e nem fora deste país. Muitas das bandas que ouço e aprecio são dos anos 80 ou da primeira metade dos anos 90, claro que sempre existem exceções, mas de um modo geral acho os trabalhos de hoje muito similares aos de bandas antigas na cena. Ideologicamente falando, os Black Metalers se enveredaram por vários caminhos dentro de temáticas obscuras e polêmicas, de certo, isso fez um diferencial dentro daquilo que se tinha como “verdade” para o estilo, mas ao mesmo tempo dividiu e gerou confusões entre os próprios, cada grupo reivindicando a “verdade absoluta” para si. Acho que isto é um reflexo do tempo e da exposição que o estilo teve/tem em alguns lugares, e que se prosseguir desta forma com certeza a banalidade será ponto comum dentro do Black Metal.

SDZ: Você consideraria dizer que hoje existe muito mais profissionalismo no Black Metal do que compromisso com a real ideologia?

Thormianak: Bom... Depende um pouco do que você quer chamar de profissionalismo, e colocarei aqui minha impressão sobre o nosso cenário, que é o que realmente me interessa. Eu realmente não conheço nenhuma banda de Black Metal brasileira profissional, nenhuma delas é realmente sustentada por gravadoras, ou mesmo consegue sobreviver de cachês de shows e vendas de Cd’s. A maioria mal tem dinheiro para pagar os ensaios, comprar palhetas de guitarra ou realizar uma gravação ideal. Por isso desconheço tal profissionalismo na cena. Desconheço a banda de Black Metal brasileira que já vendeu cds suficientes para que seus membros pudessem parar de trabalhar em algum emprego de bosta... Talvez você queira falar sobre o profissionalismo dos organizadores de shows que fazem de tudo pra ganhar um trocado fazendo shows gringos a toda hora e colocando equipamento abaixo da média em lugares “meia-boca”, tratando as bandas de abertura daqui como lixo. Ou também quem sabe esse profissionalismo se encontre nas gravadorazinhas de fundo de quintal que sacaneiam as bandas sonegando informações e metendo o pau nas próprias bandas que fazem parte do cast, cagando e andando pra a cena nacional e ganhando muita grana trocando cds nacionais por gringos e tendo lucros de até 300%... Ai sim, concordo com você, esse tipo de “profissionalismo” acaba com qualquer tipo de ideologia. Mas pensando bem, dentro da “ideologia” Black Metal, se fala muito em misantropia e coisas do tipo??, em fuder tudo e todos, então partindo deste pressuposto, estes vermes estão apenas fazendo na prática tudo aquilo que se prega na teoria.

SDZ: Após anos do lançamento do Split Cd com Songe D´enfer, como anda a divulgação deste trabalho, ainda existe a possibilidade dos guerreiros adquirirem este grande artefato?

Thormianak: Acredito que sim, a Evil Horde ainda deve ter algumas cópias, mas não sabemos ao certo, pois não temos mais nenhum contato com tal gravadora. Temos a idéia de relançar este trabalho, ainda estamos pensando de que maneira será, vamos ver o que o futuro nós colocará pela frente.

SDZ: A Miasthenia se encontra satisfeita com o trabalho feito pela Somber Music?

Thormianak: O mínimo que a gravadora se propôs a fazer, ela o fez, portanto, neste ponto sim estamos satisfeitos.

SDZ: O cristianismo vem tentando apagar todos os vestígios do paganismo no mundo todo, assim como fizeram na Europa, fizeram na América. Você considera que o século “XVI” representou para nós uma segunda inquisição onde destruíram parte de nossa história? Foi essa a idéia transmitida no álbum “XVI”?

Hécate: Acredito que o século XVI foi um momento de confrontos importantes em nossa história ao revelar a resistência pagã e suas guerras contra a cristandade. O álbum “XVI” foi também uma tentativa de relembrar esse confronto, de declarar abertamente a resistência e a persistência do paganismo, para que toda a cristandade saiba que ela não suficientemente poderosa para sufocar o paganismo. Somos contra a história tradicional escrita por cristãos que buscam retratar de maneira conveniente a supremacia da cristandade. O “XVI” revela a nossa versão da história de maneira poética e ritual.

SDZ: Como anda a divulgação de seus trabalhos fora do país? A temática abordada pela horda, direcionada principalmente para o paganismo sul-americano, tem sido considerável na divulgação no exterior?

Thormianak: Não temos muita idéia sobre a divulgação dos artefatos no exterior. Sabemos que na América Latina estamos razoavelmente conhecidos, já que temos alguns contatos, e também saímos em algumas publicações especializadas e em coletâneas. Mas em outras partes do mundo, realmente é nebuloso. Temos apenas conhecimento de uma banda na Turquia que leva covers do Miasthenia, e alguns bons contatos na Romênia, Canadá e Singapura. Mas realmente fica difícil rolar algo nestes países cantando em português.

SDZ: É comum encontrarmos hordas Norueguesas e Finlandesas que traduzem suas letras, que são cantadas em seu idioma, para o inglês possibilitando maior compreensão no exterior e não dificultando tanto na divulgação. Atualmente aqui no Brasil se encontra uma grande quantidade de hordas que cantam em nosso idioma. Existe alguma preocupação da parte de vocês em traduzir suas letras nos encartes para facilitar a divulgação fora?

Thormianak: Preocupação talvez não, pois não somos uma banda comercial, não existindo preocupação em estar na mídia, ou em fazer turnês na Europa ou coisas do tipo, realmente não temos muito interesse em tocar nestes lugares... Se algum dia isso puder acontecer será realmente do nosso jeito. Aqui as bandas gringas são tratadas com semi-deuses, com direito a groupies, drogas da melhor qualidade e coisas realmente que estão além da nossa realidade. O Miasthenia está a altura de qualquer banda do mundo, aqui ou no “primeiro mundo” então não iremos tocar em qualquer buraco na Europa só para constar no “currículo”, não existe esta possibilidade, por isso “traduzir” as letras pode acontecer ou não, mas se for feita, será para que as pessoas sérias fora do Brasil consigam pelo menos entender a nossa idéia, apenas para isso.

SDZ: No que diz respeito a livros editados sobre o Paganismo de nossa região, você acha que existe um trabalho rico em conhecimento e que possa ser explorado pelo público Black Metal de nosso país, ou ainda falta muito o que documentar? Você poderia citar alguns bons livros onde os guerreiros possam pesquisar mais sobre nosso Paganismo Ancestral?

Hécate: Dentre os livros que mais aprecio destacaria o “Inferno Atlântico” e o “O Diabo e a Terra de Santa Cruz” de Laura de Mello e Souza, a “Heresia dos Índios” de Ronaldo Vainfas, “O selvagem e o Novo Mundo” de Klaas Woortamann. Todos eles revelam a resistência pagã e as maneiras como a cristandade se projetou na América através da demonização e extirpação dos saberes e práticas indígenas.

SDZ: Você como apoiadora ao movimento das Guerrilhas latino-americana acredita que um dia os guerreiros do Black Metal de nossa região possam se organizar e fazer da cena extrema underground uma verdadeira guerra onde possamos lutar por nossas ideologias e culturas antigas, ou você acha que a cena ainda está muito ligada a futilidades estilísticas?

Hécate: Não acredito que a cena Black Metal possa se converter num movimento organizado em prol de um único ideal. A discórdia predomina. Só acredito no Metal , feito com qualidade e inspiração, ele sim é nossa arma na guerra contra a cristandade.

SDZ: A Miasthenia participou do tributo ao Rotting Christ denominado “An Evil Existence For Rotting Christ” com o hino “Visions of the Dead Lovers”. O que você achou do resultado final desse trabalho? Qual sua opinião pessoal sobre Rotting Christ?

Thormianak: Satisfatório. Existem neste artefato várias versões que realmente ficaram muito boas!! Não tivemos tempo suficiente para fazer uma boa gravação, gastamos apenas quatro horas para gravar, mixar e masterizar, pois tínhamos pouco tempo para entregar o material para a gravadora. E por algum motivo que desconhecemos, a coletânea ficou ainda “arquivada” por 2 anos ou mais, finalmente saindo em 2004 e.v. Para nós foi um honra fazer parte deste tributo! Somos apreciadores dos trabalhos mais antigos do Rotting Christ, mas de forma nenhuma desmerecemos sua fase atual, afinal cada banda sabe onde quer chegar com suas idéias.

SDZ: Vocês alteraram o logo duas vezes nos últimos trabalhos, acrescentando e retirando os detalhes recém acrescentados. Quais os motivos dessas mudanças?

Thormianak: Queríamos tornar o logo um pouco mais simples e objetivo, já que a maioria dos zines e cartazes de shows são sempre feitos através de xerox, e isso acabava deturpando demais a arte.

SDZ: A quantas anda o Mictian Zine? Pretende mesmo trabalhar com uma versão na Web?

Hécate: Infelizmente não tenho tempo suficiente para me dedicar a essa publicação, quem sabe futuramente. Tenho me dedicado mais ao Miasthenia e às suas novas composições.

SDZ: A Miasthenia hoje é uma das hordas de Black Metal que mais figura nas páginas das revistas grandes em nosso país. Como você avalia a situação da imprensa underground atualmente, rincipalmente os zines impressos? Você acha que esta arte sobreviverá a grandes revistas e webzines? Como fazer para que os velhos zines consigam um pouco mais de apoio?

Thormianak: Bom... Aparecemos em algumas raras revistas somente em comentários de shows ou dos Cds lançados pela banda. As entrevistas são raras, somente duas foram publicadas desde 2002, até porque nós somos uma banda que investe muito pouco em seus contatos. Quanto aos zines e publicações similares, eu sou bastante categórico, já houveram melhores, com mais conteúdo. No final dos 80 e inicio dos 90 existiam muitos zines de ótima qualidade, hoje acho um pouco fraco este segmento, às vezes me pego lendo entrevistas de zines antigos e sinto que eram bem mais interessantes. Não creio que os zines morram por causa da web, mas acredito que para sua sobrevivência eles precisem trazer mais informações e qualidade gráfica, sem fugir do underground. O “zineiro” é por si só um batalhador que corre atrás de tudo praticamente sozinho. Às vezes isso atrapalha, colocando vários empecilhos para a formatação do artefato. Acho que desse modo é muito difícil trabalhar . Criar uma pequena equipe de colaboradores para que se possa chegar num bom resultado seria o ideal.

SDZ: Todos sabem que a Miasthenia é uma das maiores hordas nacionais. Como anda a possibilidade da horda se apresentar fora do país? Os outros países da América do Sul estão bem próximos se comparado a Europa, possuindo alguns uma considerável cena Black Metal, vocês pretendem um dia nos países vizinhos? O que acha da cena Black Metal Sul-Americana?

Thormianak: Estamos sempre em contato com o pessoal do Alerta Subterrânea na Bolívia, cogitamos algumas vezes em tocar por lá, mas ainda não temos nada de concreto. Gostaríamos de tocar em toda a América Latina, seria tour de nossos sonhos!! Talvez possamos realizar isto um dia!! Os problemas sempre aparecem, pois como não somos uma banda profissional, não possuímos uma “escala” de shows ou datas pré-marcadas, não temos ninguém, além de nós mesmos, que tenha tempo ou vontade para trabalhar as coisas neste sentido, por isso se torna muito mais difícil agendar qualquer tipo de celebração. Conheço algumas ótimas bandas Latino- Americanas mas nem todas são de Black Metal, pois aprecio muito o Heavy Metal latino americano em geral. Posso citar Mortem, Nahual, V8, Kraniun, 1917, Hermética, Templo Negro, Angeles del Infierno, Pentagram, Necrosis, Sabaoth, Bendesar, Baxaxa, Legiòn, Paganus Doctrina entre muitas outras. Na América latina se faz um tipo de Metal diferenciado do resto do mundo, e eu tenho muito orgulho disso!!

SDZ: No Brasil atualmente são muitas as hordas que abordam em suas obras temas ligados a cultura Pagã de nossos ancestrais. Dos outros países da América Latina, o Brasil é o que possui a cena mais expressiva, mas em sua opinião pessoal, quais outras hordas da América do Sul que se destacam e abordam temas pagãos?

Thormianak: De todas as que existem vou citar o Mythological Cold Towers, por saber que se trata realmente de pessoas com muita seriedade neste sentido, conhecendo e admirando o seu trabalho desde o inicio, contando hoje, no posto de baterista no Miasthenia o próprio Hamon, um dos fundadores do MCT.

SDZ: Existem muitas hordas nos últimos anos com o verdadeiro orgulho pagão sul-americano, mas o que você acha da utilização do Hino Nacional Brasileiro e da exaltação a Bandeira Nacional? Qual a posição da Miasthenia? Você não acha que estes são símbolos políticos?

Thormianak/Hecáte: Hino Nacional? Achamos uma idéia no mínimo infantil, parece mais adequado a uma colação de grau ou formatura de oitava série!! Ou quem sabe para a abertura de uma partida de futebol!!. Black Metal é algo completamente diferente de qualquer idéia de nacionalismo barato e conservador, de idéias políticas positivistas. Nós somos totalmente contra qualquer coisa que traga lemas positivistas como o lema “ordem e progresso” expressa na bandeira, só reflete um conservadorismo do qual não fazemos parte. Somos a favor do caos!! Que porra é essa de criancinhas cantando o hino? Meu hino se chama “Black Vomit” (Sarcófago) esse sim pode botar em todos os shows!!

SDZ: Pra finalizar... Você tem o conhecimento que a Miasthenia possui muitos admiradores em todas as partes do país, incluindo o Nordeste. Quando uma turnê por esses lados vai dar certo? A parceria entre as hordas tem sido uma saída para vencer essas barreiras, você não acha?

Thormianak: Sim, sabemos que temos um grande numero de apoiadores no Norte/Nordeste, e várias vezes tentamos arranjar um show nesses lugares, mas nunca tivemos o respaldo suficiente para isso. Ainda esperamos um dia poder fazê-lo! Não depende só de nós, existem alguns empecilhos para realizar shows em lugares tão distantes. Esse lance de parceria entre bandas quem sabe algum dia possa rolar. Tudo é incerto.

SDZ: Bem, queria te agradecer pela grande entrevista que você cedeu ao Satanic Destruction Zine. Saiba que conta com um verdadeiro aliado nesta eterna guerra pelo orgulho pagão! Hail!! Deixo o espaço livre para expressar suas considerações finais aos leitores...

Thormianak: Obrigado pelo espaço cedido!!! Longa vida ao Metal Pagão Latino Americano