Por George Ederson
SDZ: Saudações Nekrodaemon!! Inicio esta entrevista solicitando uma análise de todos estes anos de batalha que a horda Malkuth vem trilhando pelo verdadeiro underground de nosso país.
Nekrodaemon: Saudações, caro amigo George Éderson e hereges leitores do Satanic Destruction Zine!! O Malkuth está em atividade há 12 anos, ininterruptamente, apesar das dificuldades cada vez maiores em praticar música extrema em nosso país... Nesta ainda breve carreira, tocamos em todo o Nordeste brasileiro (exceto o Maranhão) e em SP, em celebrações realmente fudidas ao lado de ícones como Mystifier, Murder Rape, Incantation e Rotting Christ, entre dezenas de outras bandas fudidas; Lançamos 5 álbuns relevantes para a cena, além de 3 DT´s, um EP e 4 coletâneas em CD, sendo 2 estrangeiras; Estamos constantemente sendo solicitados para matérias em zines, o que muito nos orgulha, pois os zines são a base de todo o Underground; Devo dizer que isto é apenas o começo, há muito ainda por vir!!
SDZ: Considero a horda Malkuth uma das mais produtivas do Brasil, já tendo 5 trabalhos oficiais, além de DT´s, Promo, EP e diversas coletâneas em tape e CD. A que se deve toda essa produção? E quanto aos resultados, foram satisfatórios?
Nekrodaemon: Estamos sempre ensaiando e compondo, pois isto é o que mais gostamos de fazer; Tivemos oportunidades para lançar nossas músicas em vários formatos (DT, EP, coletâneas e CD) e aproveitamos, isto sem nunca ter o apoio de um selo de porte, e justamente por este motivo é que os resultados poderiam ter sido melhores, mas não nos queixamos. Ainda não tivemos oportunidade de licenciar nossos CD´s para fora, nem de fazer uma turnê pelo Brasil, coisas que, com o suporte de um selo digno, esperamos conquistar em breve.
SDZ: O Malkuth se encontra em fase de pré-lançamento de seu 5º trabalho. O que você pode nos adiantar sobre mais esse opus? O nome foi realmente definido como “Nekro Kult Khaos”? Quantos hinos terá?
Nekrodaemon: “Nekro Kult Khaos” tem a melhor produção gráfica e sonora dentre todos os nossos lançamentos, e deverá estar disponível quando os leitores estiverem com este zine
SDZ: Todos os trabalhos do Malkuth possuem um espírito e uma identidade diferente, o que podemos esperar desse novo trabalho?
Nekrodaemon: Totalmente diferente de tudo que já gravamos, mas com nossa característica peculiar sempre presente; É o material mais agressivo que já fizemos, que deixará muitos de queixo caído, apreciadores ou não de nossa música. O instrumental está mais refinado, e com este álbum celebramos a volta de Nightfall aos vocais, o que não acontecia desde o nosso debut-CD. Os teclados estão mais discretos, porém totalmente fúnebres... Tudo neste novo CD transpira ódio, maldade e caos.
SDZ: Os últimos 2 trabalhos “Destroying the Symbols of Lies” e “Fourth Empire” foram lançados pelo seu próprio selo. “Nekro Kult Khaos” também seguirá esta fórmula ou terá um novo suporte? Qual o selo que trabalhará com vocês nesse novo álbum?
Nekrodaemon: Desta vez lançaremos pela Skull Records, de Natal (RN), que deverá dar um suporte melhor em termos de divulgação e distribuição, principalmente fora do país, dificuldades estas que enfrentamos quando lançamos por nossa conta os 2 anteriores.
SDZ: Qual a temática abordada nesse novo opus?
Nekrodaemon: Este é um álbum conceitual sobre o “Necronomicon”, cujas letras encontram-se em seqüência no encarte, mas por razões estratégicas, a ordem das músicas é diferente no CD.
SDZ: Mudanças na formação tem sido uma constante na trajetória de muitas hordas no cenário nacional e com o Malkuth não é diferente, pois vocês já se encontram com novidades em sua formação. A que se devem essas mudanças e como anda a line-up da horda atualmente?
Nekrodaemon: Nunca encontramos membros dispostos a dar o sangue pela banda, como o fazem os membros fundadores (Ashtaroth, guitarra e Nightfall, vocais) e eu (Nekrodaemon, baixo e teclados desde julho/97)... Por este motivo, passamos bastante tempo como um trio, pois não tínhamos mais saco para ficar testando novos membros a todo instante. Achávamos que com a entrada de Protheus (bateria) em
SDZ: Ouvi boatos que Magus Azoth (ex-Cantus Infame) iria integrar o Malkuth, havendo até participado de alguns ensaios, isso seria verdade?
Nekrodaemon: Sim, o Magus Azoth chegou a fazer alguns ensaios conosco logo após a saída de Protheus, mas por motivos de trabalho não pôde seguir conosco, pois ele mora a 3 horas de distância daqui de Recife, onde ensaiamos.
SDZ: Como tem funcionado o esquema de composição da horda levando em consideração tantas mudanças? O núcleo criador tem se mantido intacto?
Nekrodaemon: As composições deste novo CD foram todas de autoria minha e do guitarrista Ashtaroth, e atualmente os novos membros tem contribuído com composições próprias.
SDZ: O que você pode nos adiantar sobre o 7” EP que vocês lançarão pelo selo Christfucker contendo algumas músicas de ensaio? Quando será lançado e qual o esquema em torno deste lançamento?
Nekrodaemon: Não me arrisco a dizer se este EP será realmente lançado algum dia, pois era para ter saído desde o início de 2005; Este lançamento é de total responsabilidade do selo Holokaostor Records (ex-Christfucker), de nosso amigo Strigoi, e só nos resta aguardar, pois a nossa parte já cumprimos. Conterá 2 das novas canções gravadas ao vivo em um ensaio muito bem equipado.
SDZ: Há pouco tempo foi lançado um tributo brasileiro ao Rotting Christ denominado “An Evil Existence for Rotting Christ” no qual o Malkuth participa com a faixa “Feast of the Grand Whore”. Como você analisa o resultado final deste trabalho, e em sua opinião qual a importância do Rotting Christ no underground mundial?
Nekrodaemon: Pessoas despreparadas tomaram a frente deste projeto, antes do Adriano “Dio” assumir o comando e finalmente lançar, no final de 2004, quatro anos após termos entregue a nossa faixa. Após tanto tempo, as informações do encarte ficaram defasadas, assim como a biografia da banda... Mesmo assim considero um lançamento importante, uma bonita homenagem a uma banda que um dia foi uma das melhores do mundo, e com quem tivemos a honra de dividir o palco em condições equivalentes, em 1998.
SDZ: Existe algo planejado para uma turnê do Malkuth em outras regiões do país? Você acha que ainda está complicado para as hordas nordestinas tocarem em outros estados fora de nossa região devido aos custos? Como isso poderá ser modificado?
Nekrodaemon: Existem vários obstáculos, sendo os dois principais que alguns dos membros trabalham e não estão disponíveis o ano inteiro para excursionar, e o principal é que não podemos e não queremos bancar uma tour do próprio bolso, como tantas bandas fazem; Teria que ser um esquema de fazermos 3 shows em seqüência (sexta/sábado/domingo) durante um mês, e termos em mãos com antecedência as passagens ida-volta e uma ajuda de custo, o que é bastante difícil, pois não fechamos contratos “de boca”... É uma pena, pois sabemos que temos potencial para arrebentar em cima dos palcos de todo o Brasil, e desejamos muito isso, mas até agora não apareceu um produtor disposto a arriscar.
SDZ: Vocês tocaram aqui em Fortaleza em uma apresentação muito elogiada pelos guerreiros. Como você avalia a situação da cena nordestina atualmente? Estamos evoluindo ou tem regredido um pouco nos últimos anos?
Nekrodaemon: Em algumas cidades como Natal (RN), Campina Grande (PB) e Fortaleza (CE) a cena tem evoluído bastante, com o surgimento de muitas bandas competentes e com shows de qualidade acontecendo regularmente, graças a pessoas que tomaram a iniciativa e organizaram eventos dignos, com boa infra-estrutura para bandas e público, com respeito às bandas participantes e sem a ganância de querer lucrar o máximo investindo o mínimo.
SDZ: A cena de Pernambuco tem andado um pouco adormecida nos últimos anos. O que anda acontecendo em seu estado ultimamente? Como anda a cena Black Metal e quais as hordas que tem se sobressaído em sua opinião?
Nekrodaemon: Aqui em Pernambuco a situação é exatamente contrária à que descrevi na questão anterior: produtores gananciosos em sua maioria, sem respeitar estilos, fazendo eventos com péssima aparelhagem sonora, bandas de fora arcando com as despesas de deslocamento, rivalidade entre bandas, etc... Por este motivo é que as coisas aqui estão totalmente paradas desde
SDZ: Como anda a divulgação do Malkuth fora do país?
Nekrodaemon: O lançamento de uma coletânea em CD pelo selo eslovaco Metal Age serviu para nos colocar em evidência no exterior, pois foram lançadas 10.000 cópias, juntamente com uma revista. Além disso, alguns selos de nossa confiança, como Pazuzu e Evil Horde entre outros, tem mandado muitos CD´s nossos para a Europa. Creio que a Skull Records vai se esmerar particularmente nesse aspecto, e quem sabe, conseguir um licenciamento de nosso novo CD para algum selo estrangeiro.
SDZ: Para finalizar... Onde é produzido o melhor Black Metal do mundo nos últimos anos?
Nekrodaemon: No Brasil, é claro!! Apesar de não termos as facilidades de certos países da Europa, nossas bandas são muito mais verdadeiras e extremas do que as de lá, pois enfrentamos todo tipo de obstáculos para fazer uma música extrema e anti-cristã, e ainda assim triunfamos. Hail Brasil!!
SDZ: Bem, nobre guerreiro, agradeço pela entrevista e pelo apoio ao Satanic Destruction Zine. Que nossa aliança continue a proporcionar muitas glórias ao verdadeiro Black Metal de nosso país. Espero encontrá-lo por aqui nos próximos meses. Deixo o espaço aberto para que você exponha sua últimas mensagens aos nossos leitores... Hail Satan!!!
Nekrodaemon: É uma satisfação participar deste nobre artefato, que está nas mãos da elite do Black Metal brasileiro (vocês, leitores)... Esperamos que gostem do “Nekro Kult Khaos” e nos dêem uma força adquirindo o CD, pois essa é a maneira de apoiar as bandas que achamos dignas: adquirindo o material e prestigiando os shows.
hail malkuth ! ! !
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