terça-feira, 17 de março de 2009

Entrevista Blackmass


SDZ: Saudações guerreiro! Queria iniciar esta entrevista lhe pedindo para nos apresentar o histórico da Blackmass, que apesar de ser bem nova já possui uma carreira bem produtiva.

Magus Dux Adramelech: A Blackmass foi idealizada em 2001 por Lord Aeshma, para ser uma horda que mesclasse técnica e brutalidade. Entretanto só a partir de 2002 quando Adramelech se tornou um membro definitivo é que a horda pôs-se a funcionar. Logo gravamos um Demo CD “Diabolical Ritual” no qual Aeshma tocou os instrumentos de corda e Adramelech fez os vocais e bateria (teclados na intro). Após um curto período de tempo Verberibus Necare tornou-se o baterista da horda e estreou no EP “Episcolum, Servo Servorum Satanii” em 2003. Em 2005 lançamos o CD “Gloria Diaboli” no Brasil, e o licenciamento do mesmo mundialmente em 2006.

SDZ: Fale um pouco sobre o passado dos membros da horda, vocês já participaram de alguma outra horda antes de formarem Blackmass?

M. D. Adramelech: Lord Aeshma já tocara em outras bandas, porém irrelevantes, e Verberibus e eu tivemos a Blackmass como nossa primeira horda.

SDZ: Como você definiria a ideologia da horda e suas influências musicais e nos estudos das artes ocultas?

M. D. Adramelech: Satanismo! Nós fazemos o que achamos melhor em termos musicais, algo que nos agrade, portanto não temos um direcionamento musical pautado sobre alguma outra banda. Tais questões sobre artes ocultas devem ser guardadas somente aos participantes, e o segredo acerca das mesmas torna ainda mais envolvente o aspecto da horda em si.

SDZ: Qual a posição da horda Blackmass perante o negro underground de nosso país? Destaque os atuais pontos positivos e negativos existentes em nossa cena.

M. D. Adramelech: Há uma boa cena, pessoas atuantes que tentam engrandecer o trabalho, porém falta ainda profissionalismo, para que as situações no underground venham a ser bem estabelecidas e consolidadas de forma a atender as necessidades das pessoas envolvidas.

SDZ: Vocês possuem 2 Cd-demos lançados nesses 5 anos de estrada. O que você achou dos resultados que obtiveram com estes trabalhos?

M. D. Adramelech: Foram ótimos trabalhos, na época em que foram gravados eram o melhor que tínhamos em mãos, que nos proporcionaram várias alternativas de escolha e consolidação do nome da horda no cenário musical.

SDZ: Estes trabalhos ainda estão sendo divulgados? Como podem ser adquiridos?

M. D. Adramelech: Devido ao tempo transcorrido desde o lançamento deles e que foram feitas cópias limitadas, esses mesmos já não são fáceis de se encontrar, quase não há mais cópias disponíveis no mercado.

SDZ: Depois de 5 anos de muita batalha a horda Blackmass lança o seu Debut Cd pela Blasphemy Prod. Você poderia apresentar aos reais guerreiros esse grandioso trabalho?

M. D. Adramelech: Esse álbum mostra várias facetas da horda que não foram exploradas nas Demos, nele as 9 músicas contidas apresentam pontos específicos que deram a forma base de compor da horda, além do que, demostra uma evolução natural da banda em compor.

SDZ: Blackmass é uma horda relativamente nova, mas que já lançou 2 Cd´s-demo e o Debut por um selo considerável na cena nacional. A que se deve essa curta trajetória que vem sendo marcada por sucessivas vitórias?

M. D. Adramelech: O profissionalismo é a palavra chave. A horda deve ser tratada como se fosse uma empresa (o que é fato), portanto deve-se respeitar o público lançando material de boa qualidade tanto sonora quanto gráfica. E se dedicar ao máximo a cada nova investida. Hoje estamos também trabalhando com a gravadora Sinister Sounds do Canadá o cd Gloria Diaboli foi lançado por este selo mundialmente, isto mostra o trabalho que estamos fazendo

SDZ: Uma das qualidades que notei no recente contato que tive com a horda Blackmass é o profissionalismo com que vocês se dedicam à horda. Tudo vem sendo feito com profissionalismo e essa palavra até pouco tempo era difícil de ser encontra na cena underground. Você acha que o futuro do underground está diretamente ligada ao profissionalismo que tem que existir para que todas as barreiras sejam ultrapassadas? O profissionalismo, em sua opinião, tem que existir no underground?

M. D. Adramelech: Certamente, o profissionalismo já era um pré-requisito a todas as atividades e meios sociais, e não será (e/ou seria) diferente com o dito underground. Há que se acompanhar os novos moldes. O público consumidor passa agora exigir o profissionalismo nos álbuns, shows e em qualquer material da horda. Esse é o caminho para que as bandas sejam reconhecidas e vistas como trabalho, o que muitas vezes não ocorre no Brasil em relação à Europa.

SDZ: Outro resultado do profissionalismo da Blackmass pode ser conferido no web site recém inaugurado. Posso garantir que é muito bem caprichado, com todos os detalhes da horda, com seção de downloads e destaco principalmente a preocupação que vocês tiveram com a impressa, pois está lá disponível todo o material promocional necessário para facilitar o trabalho da impressa underground. Como foi elaborado o web site? Vocês participaram diretamente da criação? Quais os resultados que vocês visam alcançar com ele?

M. D. Adramelech: Primeiro o website foi elaborado com o temática do álbum “Gloria Diaboli”, entretanto o nosso webmaster teve liberdade para criá-lo, seguindo apenas alguns apontamentos nossos. Os resultados já estão aí: Pessoas que acessam e conseguem ver a trajetória da banda, comprar material via loja virtual, conseguem escutar trechos do nosso trabalho, e principalmente a mídia e interessados ganham agilidade de informações ao nosso respeito.

SDZ: Tenho visto que a cena hoje está bem mais profissional, mas tenho visto que isso tem mudado um pouco o conceito de underground principalmente no Black metal. Hordas hoje que surgem bem profissionais mas que não tem nenhum compromisso com o real Black Metal e sua ideologia. O que isso pode acarretar para o Metal Negro em si? Na sua opinião estamos em um momento transitório na cena underground?

M. D. Adramelech: Primeiro a idéia de underground no Brasil é completamente distorcida da ideologia encontrada em outros países. Segundo o cenário tem que se adaptar para realmente ser um ponto de referencia do extremo, veja: Não é porque uma banda lança um álbum bem gravado, bem estruturado graficamente e que comece a trabalhar exclusivamente para a horda, tendo essa como sua real profissão ela deixará de ser underground, já que o underground é a reunião do que há de mais extremo de conceitos musicais e de ideologias, portanto o profissionalismo não afeta de modo algum a cena dita underground. Evidente que cada caso é diferente e que há várias discrepâncias ideológicas e sonoras, no entanto isso é uma questão pessoal e que não tem nenhum vínculo com o profissionalismo no meio underground.

SDZ: O que você poderia nos falar sobre a atual cena Black Metal do estado do Paraná? Alguma horda nova que você nos destacaria?

M. D. Adramelech: O nosso estado sempre foi bem estruturado e com ótimas bandas e a cada dia surgem novas hordas de alta qualidade. Preferimos não citar nenhum nome a fim de não cometer equívocos e atrelar pré-conceitos sobre qualquer horda.

SDZ: O que você poderia nos falar especificamente sobre essas duas hordas tradicionais no Black Metal nacional e que são do mesmo estado de vocês: Murder Rape e Amen Corner?

M. D. Adramelech: São duas hordas de grande importância, que ganharão o devido espaço e desempenham os seus propósitos ideológicos em suas músicas.

SDZ: Em uma matéria para a Roadie Crew (Roadie Profile) o Zhema do Vulcano citou a Blackmass como uma das bandas que ele chamaria para um festival. O que você achou disso? Qual o seu relacionamento com os guerreiros da Vulcano? Fale sobre a importância dessa banda para o Black Metal nacional...

M. D. Adramelech: Evidentemente nós ficamos contentes com a citação. Nós participamos de um evento junto com o Vulcano, desde então temos um grande relacionamento com o pessoal do Vulcano, principalmente com o Zhema e o VX. Essa é uma horda que dispensa comentários, já que iniciou em conjunto com outras bandas a era extrema do nosso metal.

SDZ: Posso parecer apresado, mas levando em consideração o ritmo que vocês trabalham quais os planos para o lançamento do segundo trabalho? Vocês possuem contrato com a Blasphemy Prod. para o próximo lançamento ou irão procurar um novo selo para montar uma parceria?

M. D. Adramelech: Primeiro nosso contrato com a Blasphemy Prod. vinculava apenas o lançamento de 1 álbum no caso o “Gloria Diaboli” e achamos complicado permanecer na Blasphemy visto as dificuldades da mesma em trabalhar com o material em termos nacionais e mundiais, entretanto dentro das suas inumeráveis dificuldades a Basphemy está tentando fazer o melhor que pode para divulgar o “Gloria Diaboli”. Nós estamos com vários contatos e propostas de gravadoras, mas nada definitivo, pois, estamos esperando uma melhor definição dessas propostas para podermos analisá-las. Nós já estamos trabalhando no próximo álbum que deve ser lançado no primeiro semestre de 2007 que trará músicas mais rápidas e técnicas que o “Gloria Diaboli”.

SDZ: Guerreiro, agradeço sinceramente pela entrevista e desejo-lhes forças na negra batalha que a Blackmass irá trilhar daqui por diante. Você possui o espaço livre para expressar uma última mensagem aos nossos leitores.

M. D. Adramelech: Obrigado pelo espaço e apoio! Confiram o “Gloria Diaboli” e aguardem os nossos novos trabalhos.

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