sábado, 7 de março de 2009

Entrevista - Melencolian


Por: George Éderson

SDZ: Saudações Barbaric Maywald! A horda Melencolian foi formada pelos membros das bandas “Beyond the Sanity” e “Nightspirit”, após seu término. Comente a trajetória da horda Meleconlian, assim como sua proposta musical.

B. Maywald: Com o termino da banda “Beyond the Sanity”, três de seus integrantes se juntaram a um dos integrantes da horda de Black Metal “Nightspirit” que havia sido extinta na mesma época, assim surgiu a proposta de produzir um som que demonstrasse toda nossa aversão à inútil raça cristã e que fosse um trabalho onde o Black Metal alia-se a atmosferas melancólicas e soturnas, expressando todo nosso ódio em nossos hinos de guerra e destruição. Após poucos meses de ensaio convocamos um tecladista para completar nosso círculo de terror... A horda tem como proposta filosófica a livre expressão do ser humano enquanto “ser obscuro”, um ser que prega ódio e a destruição aos malditos escravizadores de almas e a ignorância intelectual que assola nossa terra. Nos inspiramos em escritores que acreditam na realidade dos fatos sem a prepotência de inventar um mundo ilusório onde tudo é perfeito... Mitologias obscuras, vampirismo, contos noturnos, são propostos em poesias infames onde o leitor é arremessado a um mundo de agonia e terror, onde a destruição é iminente...

SDZ: O que você acha da repercussão obtida pela DT “O Infinito Vale da Escuridão” no underground nacional?

B. Maywald: A DT “O Infinito Vale da Escuridão” teve uma ótima repercussão entre os reais admiradores do evil-underground nacional, muitas críticas positivas chegaram ao nosso conhecimento. Apesar de ter sido nosso primeiro trabalho, mais de 1000 cópias foram distribuídas no período de um ano e meio, e ainda hoje recebemos pedidos deste artefato, que já teve sua distribuição extinta.

SDZ: Você aborda temas como Mitologia e Vapirismo, tendo até uma música sobre o Conde Vlad Tepes na DT “O Infinito Vale da Escuridão”. Dê a posição da horda quanto ao vampirismo e toda a moda criada em torno desse tema. Qual a importância da história do Conde Vlad Tepes em sua opinião?

B. Maywald: O Vampirismo é o tema clássico nos contos de terror e na literatura mundial, acho que por isso está sendo ridicularizado por esta corja de falsos que mal conhecem os romances de Anne Rice, um assunto muito famoso e polêmico que pode, com facilidade, ser mal interpretada. Procuramos utilizar do vampirismo histórico, sem essas fantasias eróticas e românticas que foram criadas a partir de idéias novas e imbecis. Desfrutamos de um vampirismo que tem como vampiro um ser sem alma e desprovido de quaisquer sentimentos, um verdadeiro caçador de humanos... um ser eterno que vaga pela noite à espreita de sangue e carnificina. Em minha opinião, Conde Vlad Tepes foi um mártir da crueldade, com suas atitudes cruéis ele aterrorizou o mundo com um banho de sangue e terror também foram encontrados corpos de supostos vampiros em perfeito estado de conservação após vários anos de sepultamento, estes foram decapitados e tiveram seus corpos queimados para que jamais voltassem a amedrontrar o mundo. Acredito que fatos como estes também levaram a criação do mito.

SDZ: Encontramos no som de vocês uma bela harmonia entre a agressividade e melancolia, resultando em sua grandiosa obra profana de expressão do mal eterno. Quais as principais influências nas composições da horda?

B. Maywald: Temos várias influências distintas, tanto musicais quanto filosóficas. Bandas como: Morbid Angel, Candlemass, Emperor, Bathory, Ancient Rites, Nuclear Assault, Burzum, Mayhem, Dissection, Mercyful Fate, In the Woods, Enslaved, Septic Flesh nos propuseram varias inspirações.

SDZ: Recentemente você e o vocalista Vultus Inkubus se empenham em um projeto paralelo à horda Melencolian denominado Christ Crusher. Fale a respeito desse novo trabalho de vocês, de sua proposta ideológica e o motivo para a formação de um projeto.

B. Maywald: O Christ Crusher é um projeto de Caotic Black Metal idealizado por mim, pelo Vultus Inkubus e pelo Atrabílis Averno, a entrada de Azelphirus foi pouco depois do início do projeto. Procuramos o caos musical, o tormento maligno que assola o mundo com morte e escárnio... destruição em massa, cataclismas atmosféricos onde ciclones varrem o universo com perversidade e desespero... Este projeto foi idealizado para que pudéssemos expor todo o potencial extremo de seus integrantes.

SDZ: Qual a proposta musical seguida pelo Christ Crusher?

B. Maywald: Como já foi exposto anteriormente a proposta musical do projeto é o Caotic Black Metal, com o uso de melodias extremas e desesperadoras.

SDZ: Existem planos para o lançamento de um trabalho do Christ Cusher?

B. Maywald: No ano de 2003 será lançada a DT “The Vortex of the Darkness” que contará com 3 hinos catastróficos sangrentos. Ainda não temos previsão do lançamento.

SDZ: “Areloc – O Reino do Demônio” é o título dado à nova obra da horda Melenolian. Uma promo tape que terá o suporte do selo Arcano Musica. Fale a respeito desse novo trabalho.

B. Maywald: Serão musicas inéditas, hinos de guerra onde o ódio é demonstrado em músicas rápidas e apocalípticas nesse novo trabalho percebe-se bem a evolução que a horda teve. Será lançada no ano de 2003 pelo selo Arcano Musica.

SDZ: Qual a sua opinião sobre esses selos que estão surgindo e que tem dado todo o suporte necessário para o lançamento de DT´s de algumas hordas nacionais?

B. Maywald: Se o selo for íntegro na sua função de divulgador underground e se seus integrantes forem pessoas que lutam pelo underground, estes selos são bem vindos, precisamos do apoio de quem se importa com o cenário nacional, precisamos do incentivo de pessoas ligadas à cena nacional negra para que o movimento possa ser fortalecido. Agora, se forem vermes aproveitadores por trás destes selos, aí sim eu apoio a total destruição destes que se enriquecem com nossa arte.

SDZ: Qual a visão e opinião da horda sobre o nacionalismo, separatismo encontrado com grande freqüência na ideologia de algumas bandas hoje em nosso underground?

B. Maywald: Achamos que este nacionalismo exacerbado por integrantes de hordas e zines de diferentes pontos do país é prejudicial ao sentido underground. Este separatismo só transforma a cena negra em uma cena onde determinados estados regionais só entram em contato entre si, deixando de fora outra região que também possui um forte evil-underground por motivos de racismo entre regional, o que achamos um ato impensado e vil. Só a união entre os reais de todo o país pode ampliar o cenário, fortalecendo-o contra nossos inimigos.

SDZ: É sabido que erguer e reverenciar símbolos políticos não poderia ocorrer dentro da cena Black Metal, tendo em vista que tais símbolos representam a repressão a toda e qualquer expressão cultural e de livre desenvolvimento da inteligência.

B. Maywald: Política econômica e Black Metal não são assuntos que possam ser mesclados, o Black Metal possui um conteúdo mais profundo, que busca a total liberdade do pensamento humano ao que se refere ao obscuro, ao sobrenatural. Política econômica tem a ver com mercado financeiro, inflação, desemprego, quedo do poder aquisitivo do Real e coisas desta estirpe, não tendo nada a ver com o oculto, com o Black Metal.

SDZ: “Aniquilando todos os pobres seres/ Com o mais intenso fogo... / ... o fogo da destruição eterna”. O que falta para que nós possamos aniquilar todos os vermes que se encontram em nosso meio?

B. Maywald: Falta união entre quem realmente se importe com a cena Evil-underground nacional, quem se preocupe com o desenvolvimento de cenário deve se abster de amizades novas onde certas pessoas procuram adquirir tudo o que é tipo de som, e nesse meio o Black Metal. O Black Metal não foi feito para otários cristãos que acabaram de se revoltar com os pais ou contra a religião que sempre seguiu, o verdadeiro sentido do Black Metal só é entendido por seres que têm total aversão à qualquer tipo de lavagem cerebral imposta pela podre religião, seres que se propõem a tornar a vida dos hipócritas um verdadeiro martírio, seres que não acreditam na existência de qualquer entidade espiritual, pois a essência pura da maldade não está em um espírito exaltado, está dentro de cada um de nós, seres malignos... Vamos extinguir esta corja de vermes do nosso cenário, só precisamos de mais união.

SDZ: Barbaric Maywald, agradeço pela entrevista cedida por você ao Satanic Destruction Zine. Desejo grandes vitórias a essa fudida horda. Deixe uma mensagem final aos reais guerreiros do negro underground nacional.

B. Maywald: Primeiramente gostaria de agradecer pelo espaço cedido à horda onde pudemos esclarecer idéias e pensamentos a respeito de nosso trabalho. Valeu mesmo! Negros leitores, exaltem ainda mais a chama do mal eterno em atitudes rebeldes e hinos odiosos, vamos erguer a chama do mal até o infinito e dizimar todos aqueles que entrarem em nosso caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário